sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

7o ano 2010

Demos início ao nosso projeto de escrita. "Contos Desencantados" é o nome, uma vez que faremos releituras de contos de fadas.
Neste primeiro momento, me preocupei em fazer um diagnóstico da escrita dos alunos, e de seus conhecimentos e ideias sobre contos maravilhosos.
Começamos diferenciando as redações escolares de um conto. Conversamos sobre as funções didáticas das redações e procurei, de maneira superficial, a princípio, falar sobre a estrutura de um conto. Lemos um de Ivan Ângelo e eles puderam dar hipóteses com relação às diferenças encontradas.
Em seguida contextualizei as origens dos contos de fadas, desde sua existência folclórica até os registros por Perrault, Grimm e Andersen. Comentei com eles sobre as interpretações psicanalíticas e logo eles associaram a Chapeuzinho Vermelho a um contexto maicioso.
"Pro, o Lobo não era então um homem que podia estuprar a Chapeuzinho?"
"Pro, a Ivete Sangalo fez uma música assim e acusaram ela de falar de pedofilia..."
Como estão ligados, esses adolescentes, não?...

Enfim, a primeira atividade proposta foi de escrita de uma história com base em algum elemento conhecido por eles que viesse de um conto de fadas. A quantidade de citações ao Shrek foi maior que o esperado, mas é compreensível...

Na segunda aula do projeto trabalhamos com algumas versões infantis do conto Chapeuzinho Vermelho. Livros magnificamente “desencantados”, em que a história original é recontada. Cada grupo leu uma versão e depois a contou à sala, dizendo em que elementos a nova história inovava. Foi muito interessante vê-los rindo das ilustrações e das viradas que os livros trazem.

Julia C. Julia  e Márcia lendo "Caindo na Real"

Gui, Igor e Pedro lendo "Outra versão de Chapeuzinho Vermelho"

César, Gustavo e Luca com "Fita Verde no Cabelo"








Eugênio, Leo e Rafa com "O outro lado de Chapeuzinho Vermelho"
Giovana C. Giovanna O., Júlia P e Alexandra com o clássico do Chico "Chapeuzinho Amarelo".

Em vista da dificuldade dos alunos em desencantar seus contos, desencantamos um coletivamente, após a leitura do original. Ao escolhermos “O Príncipe Sapo”, conversamos sobre possibilidades de recontá-lo. Matamos o sapo e a princesa ficou solteirona. Matamos o sapo, mas logo ela encontrou outro. Brincamos de Shakespeare e a Princesa se tornou Julieta, se matando após acabar com a vida do pequeno gosmento. Para dramatizar ainda mais, assim que morre, aparece na janela da recém defunta um outro sapinho, mostrando a possibilidade de novos amores...

Em outra aula, para completar o processo com o conto do Príncipe Sapo, assistimos ao filme “A Princesa e o Sapo”. Para avaliar a atividade, propus questões, que seguem abaixo:

1- Quais elementos mágicos ajudam a dupla no filme?

2- Quais as provas por que passam?

3- Como o filme desencantou a bruxa? E a fada madrinha?

4- Identifique a presença de algum número mágico no filme.

5- Em que sentido o príncipe é desencantado?

6- E a protagonista, Tiana? Ela é a princesa da história? Explique.

7- Você achou o final desencantado? Por quê?


Fizemos uma avaliação de alguns contos do livro bimestral, "Contos de Grimm". Fiquei um pouco decepcionada com a quanttiddade de notas vermelhas, e em conversa com os alunos, recebi o feedback de que muitos não leram os contos pedidos.
Segue abaixo a avaliação proposta:

1- Faça uma comparação entre o conto O Príncipe Sapo que você leu no livro e o filme baseado na história. Levante semelhanças e diferenças.

2- Em O Príncipe sapo o número 3 é importante para o casal de príncipes. Por quê?

3- Explique o porquê do nome de João Fiel.

4- Qual é o elemento mágico que faz com que o príncipe seja salvo neste mesmo conto? Explique.

5- Em “A gata borralheira”, qual o papel dos pássaros?

6- Ainda neste conto, qual a simbologia da avelãzeira?

7- Você considera o protagonista de “A luz azul” como herói? Justifique.

8- Explique o título de “A luz azul”


Os alunos, no entanto, se redimiram com as redações! Fiquei impressionada com as ideias de "desencanto", e para poder compartilhar alguns contos, criei um espaço único, que você acessa aqui.

Abril/ 2010
Vamos começar o segundo bimestre nos preparando para os contos. Como aquecimento, dividimos a sala em grupos e com o livro dos irmãos Grimm como base, eles escolheram contos para dramatizar. O trabalho, além de dar mais contato com o universo do maravilhoso, trabalha linguagem oral e uso do discurso direto, uma vez que eles devem passar para as falas das personagens elementos que estão no discurso do narrador.
Na semana que vem eles apresentarão, e então postarei as fotos.

Hoje eles pediram para ensaiarem as apresentações, e cedi a aula de PT para tanto. Eles se reuniram na quadra e saíram bastante empolgados para trazerem figurino e cenário... Quem disse que aluno só se motiva por nota??....

Uma das elaborações artísticas para a Feira será um castelo de caixinhas de pasta de dentes. Para tanto, usamos o tópico da apostila "Campanhas Publicitárias" e os alunos produziram campanhas para arrecadar o material.
Cheque que criatividade:

8o ano 2010

Demos início também ao projeto "Contos Horríveis" no 8o ano.
Assim como no 7o, iniciei pela discussão da funcionalidade das suas redações escolares, mas ao contrário da outra sala, aqui logo percebi que os alunos têm muito clara a ideia do porquê da redação escolar:

"Pro, o que a gente escreve aqui é pra treinar, né, já que só você lê"...

Bakhtin deu pulos de alegria com a consciência de gêneros escolares dos alunos, não?...

Mas enfim, logo conversamos sobre textos literários artísticos, e comparando-os com outras manifestações artísticas, pudemos conversar um pouco sobre Arte e suas funções...

Compartilhei com eles as próximas etapas do projeto e entramos, então, no terror propriamente dito. Sabendo que há alunos cuja religião não permite contato com contextos de terror, propus que estes alunos trabalhassem o mistério de outra maneira, com contos de investigação policial, sem entrar com elementos do sobrenatural. Neste ponto desenvolvemos a ideia de um termômetro de mistério, que faz com que diferentes histórias apresentem níveis diferentes de horror, sendo que as mais próximas da realidade entrem no rol de narrativas policiais.

Ao comentar sobre uma das etapas, na qual assistiremos um filmede terror, a discussão acalorou, pois todos queriam contar sobre filmes que haviam visto e propôr títulos. Gostei, sinal de que a sala engajou na proposta... Vamos esperar para ver a escrita!

Primeira proposta, para meu diagnóstico inicial do projeto, foi criar uma história que partisse de um espaço típico de contos de terror.

Na escrita diagnóstica pude notar que a dificuldade em criar algo absurdo é bastante grande. Alguns ficaram no campo da investigação, fizeram praticamente episódios do CSI, outros extrapolaram nas idéias e criaram textos confusos e corridos. Temos um longo caminho... Para os que não conseguiram sair da primeira linha propus uma introdução minha, para eles terminarem como quisessem. Pedi também para a próxima semana a leitura de 3 contos do livro bimestral.


Por conta da escrita diagnóstica, fiz com eles uma atividade de conto coletivo. Em pé e em círculo, com uma bola de isopor nas mãos, comecei um conto.

Em seguida, joguei a bola para um aluno, em sinal que ele deveria continuar de onde parei. Eles só não sabiam que eu combinei antes com um deles que eu lhe passaria a bola no desfecho, e ele deveria dizer “então ele acordou e foi tudo um sonho”. Seguimos criando uma história maluca sobre um homem sem orelha que vê o caixão da avó ser profanado. Um bicho peludo e voador se juntou ao enredo e de repente.... o protagonista acordou, e fora tudo um sonho. Em coro o grupo fez um sonoro “aaahhh!!”. Gostei da conclusão, pois era exatamente essa reação que queria deles. “Vocês fecham seus textos tantas vezes assim, e é essa a sensação que eu, como leitora tenho!” Espero que o tal desfecho do pesadelo suma da escrita deles, especialmente nos nossos contos de terror.

Nesta aula também pudemos falar da feira, e as ideias surgem como zumbis na noite... “Vamos deixar um deitado no caixão e no meio da leitura, bem no ponto mais misterioso, ele levanta!” -“Mas e se algum cardíaco entrar?” Pronto, já montamos ao invés de uma sala de contos de terror, uma noite do terror do Hopi Hari... Profissas, esses meus alunos...

Lemos o conto “Olhos Verdes”, do livro bimestral. Os alunos perceberam que nele há mais mistério que medo, e pudemos compará-lo a histórias já conhecidas, como a lenda indígena da Iara e à história da sereia.


Assistimos ao filme A Colheita do Mal, para que os alunos pudessem perceber quais elementos comuns às histórias de terror lhes conferem mistério. Após alguns sustos e muita pipoca, conversamos sobre o filme. Felipe levantou bem a questão de como a música é fundamental, e nos perguntamos, então, como criar o tal clima sem esse recurso. Aqui pude trazer o conceito de universo semântico, e falamos de como o uso de palavras ligadas ao mundo do medo podem contribuir, desde verbos de elocução adequados (sussurrou, gemeu, gritou, esbravejou, grunhiu, murmurou...) até os substantivos e adjetivos mais comuns aos espaços e personagens de terror: escuro, chuvoso, tenebroso, nuvens, preto, cinza, trêmulo, etc.
Algumas fotinhos da sessão cinema...


Em fins de março tivemos a avaliação de redação. Para compartilharmos os textos criei um espaço único, que você pode acessar aqui.
Minha avaliação geral das produções foi bastante positiva, pois todos, de uma maneira ou outra foram capazes de criar mistério, o que era o objetivo inicial.
Nosso constante foco, ainda, é a coesão e estruturação, especialmente de desfecho, mas o suspense anda a passos largos... e tenebrosos...

Seguem abaixo as propostas de redação:

Escolha um dos temas abaixo para ser base de seu texto.
Tema 1- Use a imagem como elemento de sua narração.

"Imagem de uma moça no caixão" (Não consegui postá-la aqui)
Tema 2- Siga seu texto a partir desta introdução.
“Chamo-Me José Torcato e sou proprietário de uma casa funerária, numa pequena povoação no Norte do nosso país. Sempre me dei bem com este meu ofício, que muitos consideram assombrado – “lidar” com mortos, percebem??...
Mas eu tenho o hábito de que “tenho mais medo dos vivos, do que dos mortos!”.
A verdade é que o meu “negócio” tem estado à beira do malogro. Sim, já há dois anos que não falecia ninguém aqui na aldeia, nem nas povoações limítrofes, e eu já havia vários credores atrás de mim. Um certo dia, o meu espírito foi assombrado por uma ideia macabra - A de matar alguém!”
(retirado do site "Contos de Terror")
Tema 3- O título de seu texto deve ser “Beijos Gelados”

Abril

Começamos o 2 bimestre de olho na produção dos contos para a Feira. Para tanto, trabalhamos mais alguns contos do Livro do Medo em sala. Lemos e procuramos marcas textuais importantes para o gênero, como adjuntos adverbiais, adjetivos e verbos que criem um clima de suspense.
Discutimos também a estrutura das intriduções, mostrando que eles podem partir de algo novo, fugindo do costumeiro "Um belo dia". Até por que de belo, o dia dos seus contos não vai ter nada....
Os desfechos também foram objeto de observação. Conversamos sobre como esperamos em contos de fadas o final feliz, e por que nos contos de terror isso não funciona.

Em seguida eles leram mais alguns contos e foram para casa com a tarefa de elaborar um texto para sexta que vem, usando um dos 4 temas apresentados pelo livro como base.

23/ abril
A devolutiva dos contos foi bastante tortuosa. Eles sentiram muita dificuldade em ter ideias.
Para sanar este problema, apresentei a eles duas técnicas que os podem ajudar. Propus algo parecido com brainstorm: escolher um tema elencar palavras deste campo semântico. Fizemos isso com "loucura" juntos. Isso foi o que saiu:
hospício, cela, escuro, prisão, solitária, baba, visões, correntes, vozes, escuro, úmido, angústia, morte.
Oralmente criamos uma história a partir destas palavras.

Depois, propus um esquema prévio, em que o escritor já estabelece personagens, conflito e desfecho, mesmo que possa mudar em algum ponto do caminho.
Conversamos também sobre outras dificuldades:
Introdução: Alguns alunos não sabem como começar. Demos então exemplos, de introduções alongadas demais e de outras sem nenhuma informação. Falamos sobre a função da introdução, de climatizar o leitor, especialmente em um conto de terror.
Desfecho: Acostumados ao final feliz, é difícil mudar o paradigma. Falamos então das possibilidades de se resolver através da tristeza mesmo, com finais nem tão felizes. O que eles mais gostaram foi de deixar um mistério em continuação, para que o leitor ache que na verdade, o conto não acabou.

Outra atividade interessante que fizemos, ligada à matéria gramatical paralela, foi elaborar um parágrafo de introdução apenas com adjuntos adverbiais. Que difícil....... Quebrar paradigmas do costumeiro...
Fiz um na lousa de contos de fadas, e logo eles superaram a dificuldade e fizeram coisas bem interessantes.
Este é um exemplo. Outros estarão disponíveis no blog a sala: contos8ano.blogspot.com.

"Atentamente, solitariamente no quarto. Aterrorisadamente com a faca na mão, o cachorro no colo, amedrontadamente na madrugada."

9o Ano 2010

Começamos hoje nossa consultoria com o Caruso, padrasto da Bella e comediante de primeira. Ele fez vários exercícios de improviso, e achei muito bacana ver como eles se envolveram cada qual à sua maneira. Barreiras fortes ainda estão de pé, algumas acho que serão difíceis de se derrubar, outras caíram por terra logo na primeira visita...

A cada 15 dias Caruso vem nos ver e eu vou trabalhando textos em sala, para analisarmos a linguagem teatral, de comédia e principalmente,de improviso.

Hoje tivemos a segunda aula de teatro. Fomos à quadra para que eles pudessem explorar melhor o espaço, e fizemos uns exercícios corporais bem interessantes.

Abaixo seguem algumas fotinhos.

Turma se preparando para "andar na linha"

Bia topando com Catha e Gika.

Difícil andar de ré...

Palmas pro Matheus, que topou fazer mímica de bailarino com a Maria Amélia

Bella e Thaís no "ponto zero"

Julia brincando de Matrix

...e matando a Bia no fim!

Bella batendo o carro e a Thaís pronta pra ser o cinto de segurança

Claro que faltam fotos, desculpe aos outros, mas os vídeos estão disponíveis... A máquina deixou a desejar, vou me ater às fotos, mesmo...

Matheus e Maria Amélia.


Paulo e Gabriel


Jenny e Catha


Julia e Bia
 Carol e Gika


Bella e Thaís

Assistimos a umas apresentações do Terça Insana, as clássicas, pelo you tube...



Hoje é dia 8 de abril, e começamos a pensar nos textos que serão representados na Feira.
Gostamos, a princípio, da ideia de usar crônicas do Luis Fernando Veríssimo, uma vez que cabem perfeitamente à nossa intenção de encenar pequenas sketches! Lemos várias em sala. Li algumas sozinha, chamei alunos para lerem comigo e propus que eles lessem para a sala. Foi bem bacana pois eles se empolgaram com os textos e já começaram a imaginar em que espaço da escola montaremos nosso canto do humor.

A partir dessa discussão, talvez criemos um canto com personalidades do humor, para decorar nosso palco!

Hoje é dia 16 de abril, e como o Caruso estava em um evento, conduzi eu mesma as sketches de teatro hoje. Trabalhamos mais um pouco da mímica com sons e depois brincamos de blablação. Demos boas risadas...

Desde então, temos trabalhaod ensaios de crônicas de Veríssimo, que serão apresentadas na Feira. Separamos elencos e já marcamos uma apresentação valendo 1,5. Assim que a Bella tiver as fotos, eu as postarei aqui...