quarta-feira, 30 de junho de 2010

Salve Saramago

Preciso deixar aqui registrada minha tristeza com a passagem de José Saramago. Parece clichê, todos estão falando dele, mas não me reprimo por isso. Sempre li Saramago, desde os tempos de vestibular, com o Memorial do Convento. Ser contemporânea dele, assim como ainda ser de Gabriel Garcia Marquez, me fazia sentir que vivo em uma época especial, como se eu vivesse na época de Machado, ou Pessoa. Agora ele se foi, mas fica na minha biblioteca e em meu coração.
Acabei de rever uma entrevista dele à Marília Gabriela, concedida antes de escrever o grande "A caverna". Diz-se um homem melancólico, avesso a grandes alegrias. Emociono-me demais, pois além de adora-lo como escritor, vejo nele um pouco do meu pai, falecido em setembro e tão lusitano quanto o célebre escritor. Ver Saramago recitar um verso de Camões me levou às lágrimas... Revi meu pai recitando um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha...

"Diga lá, ao nosso querido Rei, que a terra é rica e bondosa, de gente muito generosa"

Nem de longe posso comparar meu pai a Saramago. Meu pai era um homem simples, sem grandes estudos, mas por ser português, tinha a Língua impecável, nos pronomes e verbos. Seu sonho era que eu escrevesse um livro com as memórias dele. Mas em comum com o Nobel, tinha a Pátria, e o orgulho que os portugueses parecem ainda ter de seus grandes autores. De origem simples ou não, mantêm no saudosismo uma ligação com a tradição. Pelo menos os da época do meu pai.
Percebi que desde que se foi, não escrevi sobre ele... Este não é o espaço, para isso tenho a Jeca, mas pelo menos me abriu o apetite para entrar no assunto.
Fica aqui minha homenagem tripla:
Ao nobre e genial Saramago, à maravilhosa Língua Portuguesa e ao simples e saudoso Antonio Pinto.

Livros 3o bimestre

Anotem aí e providenciem nas férias.

6o ano:

A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga.
Este livro fez parte da infância de muitos pais, tenho certeza... Uma belíssima porta para leitura subjetiva. 

7o ano:

Dom Quixote, Miguel de Cervantes, adaptação de Walcyr Carrasco, editora FTD.
O Walcyr Carrasco faz excelentes adaptações dos grandes clássicos. Não sou muito fã de adaptações, mas antes ler uma boa que jamais ter contato com os cânones. Dom Quixote é cultura ocidental, e vamos discutir bastante em cima desse lindo livro.

8o ano:

A biblioteca mágica de Bibbi Bokken, de Jostein Gaarder, da Cia das Letras.
Este livro foi indicação da Gabi, que me emprestou no ano passado. Gostei tanto que comprei, e agora, vou unir a leitura com o conteúdo da apostila, que traz cartas. Nada melhor, unir útil ao agradabilíssimo.

9o ano:

De repente, nas profundezas do bosque, do grande escritor israelense Amós Oz. O 9o ano sofreu um pouco com a leitura do Mia Couto, mas as leituras compartilhadas renderam excelentes interpretações. Acredito que, apesar das dificuldades, foi um dos livros mais bem aproveitados que trabalhei. Esse do Amós Oz é mais simples de se ler, na superfície... Mas "nas profundezas do bosque", os alunos encontrarão um reflexo do mundo israelense retratado de maneira quase mágica. Além disso, Israel estará em pauta também em História, portanto, uma matéria ajudará na outra.

Pais:
Vou começar a deixar algumas recomendações de livros para os pais interessados. Há aqui no blog, uma lista dos meus favoritos, mas usarei este espaço também.
Os dois do mês são:


Os dois me ajudaram muito... Não só com meus filhos, mas com meus alunos. Como mulher, entender como funciona a mente e as emoções de meninos em crescimento é quase uma iluminação. E claro, ler sobre as meninas me fez "me ver" melhor, e assim, quem sabe ajudar minha filha e alunas no processo de descobrimento. Vale a leitura.
Abraços
Tati

E chegam as férias...

Descanso...
Parabéns aos alunos que se esforçaram e fecharam bem o bimestre.
Parabéns aos colegas que se dedicaram na correria de final de semestre.
E bom descanso a todos. Curtam, pois Agosto está aí e cheio de novidades e trabalho duro.